Recentemente eu estive pensando em várias questões sobre como tratamos as coisas que falamos nas redes sociais. Boa parte do que vou dizer aqui foi reflexo das constantes mudanças na internet. Pra você que não me conhece, sou o Bruno, aspirante a programador, graduando em ADS (Análise e Desenvolvimento de Sistemas) e Arqueologia. Tudo começou em meados de 2007/08, quando ganhei o meu primeiro computador, mas antes disso eu já tinha o hábito de escrever coisas na internet e praticamente cresci com ela. Peguei a fase do ICQ, MSN, Orkut e por aí vai. Fiz parte do primeiro ano de Twitter, inclusive tenho uma conta lá até os dias de hoje. E é sobre essa última rede social que andei tendo reflexões. Com a compra do TWTR, em outubro de 2022, pela empresa do magnata Elon Musk, forte defensor da “liberdade de expressão”, muitos usuários começaram a perceber que a mudança radical na plataforma seria aguda. Primeiro, o clássico logotipo do pássaro azul, acabou virando um X e consequentemente o domínio foi alterado para https://www.x.com . Mas não pára por aí! Musk ordenou cortes drásticos na operação do site, reduzindo boa parte da equipe (80% dos funcionários demitidos) e a criação de planos para obtenção do famoso selo de verificação. No exato momento em que escrevo esse texto, o plano premium está custando R$:42,00 mensais e o premium+ R$: 115,00. Mas esse nem é o fato absurdo da coisa toda! Ao longo desses últimos anos, Musk comprou briga com governos do mundo todo, incluindo o Brasil.
Alexandre de Moraes, ministro do STF, ordenou uma série de investigações referentes aos atentados de 8 de janeiro de 2023, posteriormente solicitando via ordem judicial, bloqueio de perfis no X de alguns usuários. Por sua vez o X negou cumprir tais decisões, o que acarretou em uma das brigas mais acaloradas no ambiente virtual: Musk vs Xandão. O bilionário vs o juiz da suprema corte brasileira. Tornou-se evidente que o X virou terra sem lei, porém Musk acabou cedendo e posteriormente as sansões e restrições foram retiradas, mediante ao pagamento de multas milionárias. De fato, essa terra sem lei tem de tudo! Vídeos com decapitações (conteúdo gráfico), postagens contra minorias e os mais diversos crimes sendo cometidos, livremente e sem punição. Mesmo com as ferramentas de verificação de fatos, algo que o X implementou recentemente, diversas fake news são compartilhadas e propagadas sem o menor pudor.
Tendo em vista toda essa situação, eu pensei seriamente em uma maneira de me livrar completamente das redes sociais, ou pelo menos reduzir o consumo de maneira radical. Boa parte da minha jornada entre 2015 – 2018 foi compartilhada em uma página do Facebook. Basicamente eu passei todo esse período viajando de carona em 17 estados brasileiros e mais 4 países (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai). Essa página era como um diário de viagem, onde eu compartilhava com meus seguidores os perrengues e felicidades aos quais eu passava. Era verdadeiramente mágico, algo completamente único que me fez reunir um vasto conteúdo, com textos, fotos e vídeos. Ainda sim eu estive pensando: E se o Facebook acabar amanhã? E se algum bloqueio por parte do governo ocorrer? Esse outro elemento me fez pensar seriamente em descentralizar o conteúdo, destinar à uma página específica, um blog ou site próprio, sem medo de expor minha opinião ou ter o conteúdo a mercê de uma bigtech. É nisso que esse projeto foi pensado.

Humahuaca (República Argentina), Abril 2018 – fragmento das minhas viagens.
Durante os próximos meses, quiçá anos, pretendo compartilhar textos sobre tecnologias modernas, Arqueologia, Antropologia e cultura. Será aqui o meu espaço, único e autêntico, pois é disso que eu realmente necessito. Por exemplo, não quero ser refém de uma rede social cujo dono é declaradamente nazifascista ou de uma big tech que constantemente realiza coleta de dados e treinamento de IA com as informações de seus usuários. Portanto aqui é um espaço de produção de conhecimento , não só opinião. Não quero julgar sem embasamento cientifico ou contribuir com a propagação de noticias falsas.